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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os Estabelecidos e os Outsiders de Norbert Elias e Jonh Scotson

Tenho tanto sentimento

Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
Fernando Pessoa
Análise 
Os Estabelecidos e os Outsiders de Norbert Elias e Jonh Scotson é um livro que dispõe de um conteúdo amplo a respeito das relações de poder  entre os indivíduos de uma cidade do interior da Inglaterra, em que se atribui um nome fictício de Winston Parva..

Winston Parva fazia parte de uma área de construções suburbanas, aos arredores de Londres, Inglaterra. Dividia-se em zonas 1, 2 e 3.

Na zona 1 prevalecia a Elite, a zona 2 centrava a maioria das fábricas, bem como toda uma rede estrutural: hospitais, escolas, creches, igrejas, etc. Possuía uma comunidade operaria.

A zona 3, apesar de também possuir uma comunidade operaria, esta era formada por toda sorte de imigrantes e refugiados de guerra.

A zona 1 e a “aldeia”, como era conhecida a zona 2, tinham 80 anos de fundação, enquanto a zona 3, apenas 20.

As duas primeiras zonas tinham um laço de parentesco muito intenso, o que possibilitou o estabelecimento de uma vida social, sendo estes ditadores e mantenedores das regras e costumes da comunidade e  suas tradições, chamados de Estabelecidos, estes se julgam superiores aos outros que não fazem parte do seu meio.

Aos que se recusassem a aceitar e a se submeter aos hábitos comunitários e a essas regras, eram tidos como imorais, exclusos, outsiders. Os outsiders eram inferiorizados, estigmatizados.

Essa estigmatização não pode ser vista como uma ação de valores individuiais, pois a criação desses padrões tem uma ligação com a do próprio quadro social, ou seja, a formação da comunidade, sua forma de controle social e de sustentação do poder através das tradições, normas, regras e costumes.

Para compreender essas relações de poder entre estabelecidos e outsiders, é necessário recorrer ao histórico dessa cidade para assim refletir acerca de suas regras, costumes e normas.

Vale ressaltar que a posição do atual grupo estabelecido passou pelo mesmo processo de rejeição, uma vez que estes ao chegarem em Winston Parva  tentaram estabelecer contato e não conseguiram, neste momento ficou perceptível para estes que os moradores da aldeia naquele momento se julgavam superiores, vendo nos recém-chegados uma ameaça. O grupo estabelecido foram outsiders, porém transfomaram-se em estabelecidos reproduzindo a tradição daquela comunidade.

Moradores das primeiras zonas freqüentavam os mesmos locais: associações, grupos comunitários e religiosos, clubes, entre outros e, ao mesmo tempo, criavam uma barreira de não aceitação de integração para com os moradores da zona 3.

A aldeia possuía uma sociedade matriarcal, na qual maridos, filhos, genros, se submetiam aos mandos e desmandos da “mamãe”, sogra, avó. Como faziam quase todas as atividades juntos, esses habitantes criaram um laço de interdependência mutua. Tinham orgulho de morar naquele local porque todos seguiam os mesmos padrões e isso lhes trazia o sentimento de serem melhores que as outras famílias da zona 3, sendo freqüente a rejeição e desmoralização para com estes, que se estendiam por meio de um “circuito de fofocas”, tendo como efeito a discriminação e repulsa, o que caracterizava a visão e primeiros ensinamentos das crianças do local, que cresciam sob esta redoma.

O indivíduo está inserido numa dada sociedade e será o reflexo dessa sociedade, internalizando padrões, valores, adquirindo uma identidade social que se forma acerca das relações sociais, dos contatos que estabelecem desde o nascimento.

A classificação como “superiores” colocados pelos estabelecidos é transferida de pais para filhos, afetando o desenvolvimento da personalidade destes, sobretudo sua auto-imagem e seu respeito próprio. Estes indivíduos desenvolveram-se como sendo superiores por natureza. O status era comunicado aos filhos de diversas maneiras, através da palavra, gestos e tom de voz, contribuindo para moldar a consciência que eles tinham de se mesmo desde cedo.

A família desempenha um papel central em todos os setores da vida comunitária de Winston Parva criando barreiras sólidas entre estabelecidos-outsiders.

Os estabelecidos muitas vezes conseguem impor aos recém-chegados  a crença de que estes são inferiores, não apenas em termo de poder, mas por natureza. É essa internalização depreciativa que reforça vigorosamente a superioridade e a dominação do grupo estabelecido numa relação de interdependência.

Os moradores da zona 3 muitas vezes se revoltavam, mas aceitavam a situação de subjulgados, ao passo que suas famílias eram reservadas, não interagiam umas com as outras, o que barrava a atuação da fofoca. Por conta dessa individualização havia grande incidência de problemas, conflitos e brigas. Seus habitantes tinham desgosto de morar naquele local, dessa forma, prevalecia a desestrutura e desorganização, o que os enfraquecia enquanto pertencentes da mesma Winton Parva.

A condição que é atribuída aos outsiders se caracteriza primordialmente pelo desrespeito, estigmatizando-os socialmente através da coisificação.

É interessante enfatizar que as relações estabelecido-outsiders não se configura através das diferenças de raça, etnia, mas o simples fato de serem moradores de três gerações, enquanto que os moradores da zona 3 são recém-chegados. O grupo estabelecido vivencia as diferenças  como um fator de irritação, em parte porque o cumprimento das normas está ligado ao amor próprio, às crenças carismáticas de seu grupo,ou seja, a não observância dessas normas por terceiros enfraquece sua própria defesa, ameaçando seu status, seu poder.

A questão que o autor referencia é a de saber, como e porque os indivíduos percebem uns aos outros como sendo pertecentes a um mesmo grupo incluindo-se dentro de fronteiras grupais que estabelecem o dizer “nós”, ao mesmo tempo exclui os outros como “eles”.

Atualmente os indivíduos criados com uma rigidez particular de visão de conduta, como era o caso de Winston Parva, tem uma identidade social atribuída a tais relações, limitando-se a reproduzir  valores que estes entendem como certos.

A pesquisa feita no interior da Inglaterra se deu no séc. XIX, ou seja, a mobilidade social naquela época era muito pequena, assim os indivíduos nasciam, desenvolviam-se e morriam naquela comunidade. Em contraposição no séc. XX temos uma sociedade mutável, com uma mobilidade social enorme devido a globalização, a tecnologia.

A pesquisa feita pelos autores traz uma reflexão profunda acerca das tradições e de como estas influenciam e ditam o comportamento dos indivíduos. As pessoas de Winston Parva nasciam inseridos num contexto social  em que tinham papeis a desempenhar, para assim manter e reproduzir as tradições. As supostas diferenças que eram colocadas pelos outros grupos, caracterizavam-se como ameaça as relações de poder, ao controle social e a hierarquia. Podemos referenciar que o comportamento dos estabelecidos de Winston Parva se efetiva pela  naturalização dos valores  tidos como certos.

Analisar este livro nos fez perceber o quanto nos caracterizamos como estabelecidos e outsiders, uma vez que somos formados por subjetividades adquiridas ao longo de nossa vida, no qual internalizamos valores . Ora nos encontramos num posicionamento superior e outro como excluídos, seja qual for a situação: numa exclusão grupal de faculdade, na escolha de determinada colega em fazer uma prova escrita ou então no julgamento antecipado de uma pessoa que você não conhece. A todo momento  iremos nos deparar com diferenças, com escolhas que não atendam aos nossos desejos e temos nesse exato momento respeitar a opção do outro.

Pensarmos numa sociedade completamente igual, na maneira de agir, de pensar, de falar, de vestir, sempre igual nada de novo, como seria?  Será possível pensar nessa possibilidade?

Vale ressaltar que quando os indivíduos questionam-se sobre determinados assuntos, sobre sua postura, analisando o lado do outro, assumi-se uma postura mais ponderada, pois nos colocamos no lugar do outro.

Um fenômeno que referencia o que os autores abordam no livro trazendo para o séc. XXI, são as tribos que não se adequam ao sistema capitalista,  aos padrões que escravizam, que robotizam os indivíduos deixando-os cegos pelo ter e não pelo ser.

Um exemplo bem claro desse fenômeno de exclusão se evidencia nas tribos dos góticos e dos andrógenos, o interessante é que não tem nada de diferente a não ser as roupas escuras, a maquiagem pesada, o agir despojado, e daí? A ética é absolutamente invejável, a centralidade e a mente aberta são admiráveis. Estigmatizar, inferiorizar, quem somos nós, se não indivíduos  contraditórios que não nos conhecemos e  que temos uma identidade moldada pela sociedade .  Então questionei-me,o que faz pensar os ditos “normais” a se sentirem melhores? Não cabe depois de uma leitura tão rica julgar o comportamento dos que se julgam melhores e sim compreender que estes são inseridos e cresceram numa sociedade no qual internalizaram valores como certos, como naturais  tendo assim uma visão limitada e pobre sobre o respeito.

É lamentável constatar que em pleno séc.XXI  reproduzimos valores discriminatórios e excludentes. O que se subentende é que somente seguindo os padrões de um grupo ou comunidade, é possível estabelecer uma convivência harmônica, ainda que alienada. Nesse tocante, prevalecerá sempre as formas de manipulação e controle social da classe dominante, sendo essa a maneira de se relacionar em sociedade.  

 A sociedade deve conviver com a diferença, respeitando a opção e a orientação de cada um.

BULLYNG

A sociedade em que vivemos ditam valores controvertidos de uma tal maneira, que até as pessoas que tem um “certo tipo de conhecimento” esbanjam  uma alienada maneira de falar. Dentro do seu mundo intelectual acreditam piamente que as pessoas que sofrem determinados tipo de preconceito não são “legais”. Mas exatamente o que é ser legal? Estar inserido em grupos populares, do tipo! Sou o melhor no que faço, as pessoas me adoram, todos querem estar perto de mim, sou maravilhoso porque sou antenado, gosto do moderno, sou culto, inteligente e engraçado. Hum, que ironia! É a singularidade de cada ser que torna o mundo tão instigante, o fato de sofrer qualquer tipo de humilhação psicológica por que não está dentro dos padrões, é a  prova da burrice e da mediocridade do ser alienado. Os “cultos” precisam rever seus conceitos, pois futuramente são seus filhos que estarão inseridos na estimativa vergonhosa do bullyng.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Desenho

Meus olhos estão diferentes,minha mente nua está imaginando a nova roupagem, algumas coisas não fazem sentido,mas o meu olhar busca um novo ângulo para o desenho que está sendo formado em minha vida. Não busco o PORQUE,mas o PARA QUE de tudo isso. O sentido dos fatos que ocorrem no nosso cotidiano cabe a nós e somente a nós desvendar. O desenho que está sendo feito para mim é como uma linda flor que brota no meio do deserto.  

sexta-feira, 25 de março de 2011

Curta ( Visita Intima)

Visita Íntima


O documentário de Joana Nin retrata a luta íntima, sofrida e diária das mulheres brasileiras que tem um amor encarcerado, mulheres que insistem num relacionamento cheio de privações e humilhações e que são alvos de discriminação da sociedade.

Ao longo da história a desvalorização da mulher enquanto, identidade do feminino esteve enraizada na diferença sexual, na diferença biológica. A existência de gêneros é a manifestação de uma desigual distribuição de responsabilidades que são alheias as vontades das pessoas. Estabelece-se a separação do espaço público e o privado, em que a mulher situava-se no espaço privado, a intenção é defender uma cultura falocentrica.

As mulheres vão se tornar cativas do seu próprio corpo na medida em que passam a obedecer a uma feminilidade ditada pela natureza, assim o que somos vai se construindo através da relação com os outros e com o mundo.

            Nessa relação entre gêneros ocorre uma definição de função e de papel, em que a mulher será a mãe, esposa, mulher e guardiã da casa e dos filhos, esses papéis estão evidentes no documentário, não só no que remete aos papeis da mulher (submissão ao homem), mas na estrutura normativa do Direito, ou seja, o sistema penitenciário previsto apenas para os homens (pois a visita íntima para as mulheres encarceradas ainda é restrito para alguns presídios) este é o resultado de um longo processo histórico de discriminação.

As falas das entrevistadas refletem primeiramente sua inserção nas classes subalternas, refletindo nesse momento o modelo excludente e desigual da sociedade capitalista, comprovando-se que a população carcerária em sua maioria é composta pelas camadas que estão à margem da sociedade, os que recebem os mínimos sociais através de políticas públicas moldadas pelo neoliberalismo e gerenciadas pelo Estado, assim reproduzindo a pobreza.

 Outro ponto que vale ressaltar é a busca da felicidade, uma vez que esta se encontraria neste homem encarcerado “o homem que está preso, que sofre, são os melhores na cama e os que dão mais valor a mulher”. Sonham com o dia em que serão felizes quando o seu companheiro sair da cadeia bem como o dia em que serão livres, pois estas se encontram aprisionadas. Essas mulheres insistem num relacionamento cheio de limitações, pois afirmam ser valorizada e bem amada e quando estão em seu momento íntimo com seu companheiro afirmam exercer o seu “papel de mulher”. O comportamento destes homens presos diferencia-se da grande maioria que estão “livres” são aqueles que mandam cartas quilométricas, que são românticos, sensíveis e querem um relacionamento para toda a vida. Será que essa postura não é fruto da prisão sofrida?

É interessante observar a opção dessas mulheres por um amor encarcerado, visto que esses amores trazem uma gama de obstáculos, limitando sua vida social e econômica, porém a segurança que esses presos passam se dão através das limitações no convívio social, permitindo com isso a sustentabilidade desse relacionamento renovado a cada encontro e incentivador da luta árdua e diária dessas mulheres,já que teoricamente essas mulheres são as "únicas".


Será realmente que esse amor inventado, perfeito é real? Ao escolher, essas mulheres optaram por uma realidade que impõe limites e possibilidades, é um momento psicológico seu, pessoal. As influências externas, tudo que você já valoriza tudo o que você deseja e tudo que você deseja, mas não sabe que deseja, resultam numa grande síntese, resulta em uma escolha. Esse amor inventado obviamente, são flores de plástico numa retórica postiça.

Luciana Cerqueira





terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

QUERO QUERER.

Quero querer...
Quero uma vida errada e cheia de obstáculos,
Quero poder me orgulhar das vitórias vividas,
Quero poder saborear os dissabores de uma vida iludida,
Quero vencer o inalcançável, o carimbado a data prevista,
Quero ser uma pessoa errante, com defeitos e qualidades,
Quero sentir as dores!!
As incompreensões da sociedade inventada...
Quero refletir sobre o meu eu e me redescobri,
Quero ficar assustada com meus pensamentos e rir dos devaneios da mente humana,
Quero observar o vazio, o branco, o transparente e ver além da visão,
Quero ser amada e criticada...               
Quero escrever a minha história em um livro cravados de altas ondas e numa inconstante forma de ser.
Quero poder querer...
Quero muito mais que a minha imaginação alcança.
Quero ter tempo para extravasar a face escondida.
Quero  beber até cair. Quero o amor inventado, o sexo desejado.
Quero  tudo isso ,mas para poder querer tenho que viver.
Simplesmente! Quero querer.


OLHOS

De repente deparei-me com o inesperado, aqueles olhos desconfiados, envergonhado, não sei dizer bem o que queria expressar, mas o medo de sei lá o que, me cegou!!!!!a cada passo que dava de distanciamento o meu coração apertava,é como se me sentisse culpada por tamanha miserabilidade,não falo das roupas maltrapilhas,dos pés sujos,falo do olhar !!!Seus olhos ficaram cravados na minha mente, pedi a Deus para que voltasse e me desse mais uma chance para falar, para confortar, para ajudar..... Caminhava olhando para atrás no desejo de que permanecesse ali até a minha volta, infelizmente foi embora e eu robotizada não tive reação, não me reconheci nesse momento, questionei-me, não compreendi!!!!!!! O fato é que busquei desvendar o que tinha me acometido naquele minuto ,percebi que a minha situação é confortável e nada fiz,ficou o peso de muitos, da falta de atitude. A revolta e o remorso não me deixaram dormir, lágrimas caíram, porém nada mais poderia fazer, a não ser refletir e ter olhos menos carregados de malícia. O que sei é que nunca mais esquecerei aqueles OLHOS.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

SALA DE ESPERA

Todos num só lugar!! Dores, sonhos, esperanças, sentimentos no ar. O nome, uma chamada, uma palavra, é o que mais desejamos. A vida se resume a um  prontuário,folhas escritas pela mais labiríntica estrada,não sabemos que direção tomar, ao não ser esperar pelos médicos e pela misericórdia de Deus. Apesar da confusão mental e de nos sentirmos impotentes, vem a contradição!!!Existe uma força sobrenatural que nos impulsiona a seguir em frente,é nesse momento que a lucidez e a lógica se fazem presentes e são permeados pela esperança,pelo desejo de viver, é essa necessidade de vida que torna a  espera por meia dúzias de palavras a mais privilegiada forma de acreditar,pois é essa união de letras que está o seu futuro. É assim que eu vejo uma SALA DE ESPERA.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Filme Cisne Negro

Filme Cisne Negro
Nina é uma bailarina em busca da perfeição, sonha em ser a rainha dos cisnes representando através da dança duas facetas, dois lados, porém, Nina é uma miúda frágil, solitária, filha de uma mãe frustrada e super protetora, que a culpa pelo fim de sua carreira interrompida pela gravidez precoce, não tem vida social e vive em busca de perfeição, na loucura desejável por se igualar a bailarina Beth.
Perfeição, palavra que permeia o inconsciente de todo ser humano com maior ou menor intensidade. Desde a infância, imprime-se em nosso subconsciente a idealização do ser humano completo: pessoas de físico e capacidades incomparáveis. Essa utopia aplicada na vida real e cotidiana tem cultuado relações conflituosas e confusas, em que o ser humano se perde na própria mente.
Dois lados, noite e dia, luz e sombra, uma dualidade representada no conto do Cisne Negro, dualidade presente na vida, no cotidiano “numa vida que é vivida e outra que é pensada”, uma face pública contrapondo-se à face escondida.
A dimensão paralela que acontece simultaneamente à trama principal propõe uma realidade mais crua e sem limites, aonde pensamentos violentos, instintos selvagens, atitudes impensáveis vêem a tona, Nina decide criar sua própria realidade onde tudo é possível, em que a esquizofrenia, a automutilação e o suicídio são partes dessa face escondida. Vale ressaltar que Nina almeja o centro, a perfeição, fazer parte de uma elite em que as pessoas são exaltadas, são vistas como divinas,completas,em que não é preciso somente ter controle,é preciso estar à frente da mera qualidade técnica, é preciso surpreender, ser diferente, porém poucos conseguem inovar,transcender. Nina conseguiu romper com o que antes parecia inalcançável, conseguiu mostra as duas facetas, porém fora necessário exagerar nos pensamentos, fugir da realidade e transcender a face pública.
Nina optou pela busca da perfeição e a ficção tomou conta da sua vida, o desfecho do filme foi homérico, onde a face escondida aniquila a face pública.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

PAI NOSSO

Preste atenção......
VOCÊ: Pai nosso que estais no céu...
DEUS: Sim? Estou aqui...
VOCÊ: Por favor, não me interrompa, estou rezando!
DEUS: Mas você me chamou!
VOCÊ: Chamei? Eu não chamei ninguém. Estou rezando.... Pai nosso que estais no céu...
DEUS: Ai, você fez de novo.
VOCÊ: Fiz o que?
DEUS: Me chamou! Você disse: Pai nosso que estais no céu. Estou aqui. Como é que posso ajudá-lo?
VOCÊ: Mas eu não quis dizer isso. É que estou rezando. Rezo o Pai Nosso todos os dias, me sinto bem rezando assim. É como se fosse um dever. E não me sinto bem até cumprí-lo...
DEUS: Mas como podes dizer Pai Nosso, sem lembrar que todos são seus irmãos, como podes dizer que estais no céu, se você não sabe que o céu é a paz, que o céu é amor a todos?
VOCÊ: É, realmente ainda não havia pensado nisso.
DEUS: Mas prossiga sua oração.
VOCÊ: Santificado seja o Vosso nome...
DEUS: Espera ai! O que você quer dizer com isso?
VOCÊ: Quero dizer... quer dizer, é... sei lá o que significa. Como é que vou saber? Faz parte da oração, só isso!
DEUS: Santificado significa digno de respeito, Santo, Sagrado.
VOCÊ: Agora entendi. Mas nunca havia pensado no sentido dessa palavra SANTIFICADO. "Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu..."
DEUS: Esta falando sério?
VOCÊ: Claro! Por que não?
DEUS: E o que você faz para que isso aconteça?
VOCÊ: O que faço? Nada! É que faz parte da oração, além disso seria bom que o Senhor tivesse um controle de tudo o que acontecesse no céu e na terra também.
DEUS: Tenho controle sobre você?
VOCÊ: Bem, eu freqüento a igreja!
DEUS: Não foi isso que Eu perguntei! Que tal o jeito que você trata os seus irmãos, a maneira com que você gasta o seu dinheiro, o muito tempo que você dá a televisão, as propagandas que você corre atrás e o pouco tempo que você dedica a Mim?
VOCÊ: Por favor. Pare de criticar!
DEUS: Desculpe. Pensei que você estava pedindo para que fosse feita a minha vontade. Se isso for acontecer tem que ser com aqueles que rezam, mas que aceitam a minha vontade, o frio, o sol, a chuva, a natureza, a comunidade.
VOCÊ: Esta certo, tens razão. Acho que nunca aceito a sua vontade, pois reclamo de tudo: se manda chuva, peço sol, se manda o sol reclamo do calor, se manda frio, continuo reclamando, se estou doente, peço saúde, mas não cuido dela, deixo de me alimentar ou como muito...
DEUS: Ótimo reconhecer tudo isso. Vamos trabalhar juntos Eu e Você, mas olha, vamos ter vitórias e derrotas. Eu estou gostando dessa nova atitude sua.
VOCÊ: Olha Senhor, preciso terminar agora. Esta oração está demorando muito mais do que costuma ser. Vou continuar: ... "o pão nosso de cada dia nos dai hoje..."
DEUS: Pare ai! Você esta me pedindo pão material? Não só de pão vive o homem, mas também da minha palavra. Quando me pedires o pão, lembre-se daqueles que nem conhecem pão. Pode pedir-me o que quiser, desde que me veja como um Pai amoroso! Eu estou interessado na próxima parte de sua oração. Continue!
VOCÊ: "Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido..."
DEUS: E o seu irmão desprezado?
VOCÊ: Está vendo? Olhe Senhor, ele já criticou várias vezes e não era verdade o que dizia. Agora não consigo perdoar. Preciso me vingar.
DEUS: Mas, e a sua oração? O que quer dizer sua oração? Você me chamou, e eu estou aqui, quero que saias daqui transfigurado, estou gostando de você ser honesto. Mas não é bom carregar o peso da ira dentro de você, não acha?
VOCÊ: Acho que iria me sentir melhor se me vingasse!
DEUS: Não vai não! Vai se sentir pior. A vingança não é tão doce quanto parece. Pense na tristeza que me causaria, pense na sua tristeza agora. Eu posso mudar tudo para você. Basta você querer.
VOCÊ: Pode? Mas como?
DEUS: Perdoe seu irmão, Eu perdoarei você e te aliviarei.
VOCÊ: Mas Senhor, eu não posso perdoá-lo.
DEUS: Então não me peças perdão também!
VOCÊ: Mais uma vez está certo! Mais só quero vingar-me, quero a paz com o Senhor. Esta bem, esta bem, eu perdôo a todos, mas ajude-me Senhor. Mostre-me o caminho certo para mim e meus inimigos.
DEUS: Isto que você pede é maravilhoso, estou muito feliz com você. E você, como está se sentindo?
VOCÊ: Bem, muito bem mesmo! Para falar a verdade, nunca havia me sentido assim! É tão bom falar com Deus.
DEUS: Ainda não terminamos a oração. Prossiga...
VOCÊ: "E não deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal..."
DEUS: Ótimo, vou fazer justamente isso, mas não se ponha em situações onde possa ser tentado.
VOCÊ: O que quer dizer com isso?
DEUS: Deixe de andar na companhia de pessoas que o levam a participar de coisas sujas, intrigas, fofocas. Abandone a maldade, o ódio. Isso tudo vai levá-lo para o caminho errado. Não use tudo isso como saída de emergência!
VOCÊ: Não estou entendendo!
DEUS: Claro que entende! Você já fez isso comigo várias vezes. Entra no erro, depois corre a me pedir socorro.
VOCÊ: Estou com muita vergonha, Perdoe-me Senhor!
DEUS: Claro que perdoo! Sempre perdôo a quem esta disposto a perdoar também, mas não esqueça, quando me chamar, lembre-se de nossa conversa, medite cada palavr a que fala! Termine sua oração.
VOCÊ: Terminar? Ah, sim, "AMÉM!"
DEUS: O que quer dizer AMÉM?
VOCÊ: Não sei. É o final da oração.
DEUS: Você só deve dizer AMÉM quando aceita dizer tudo o que eu quero, quando concorda com minha vontade, quando segue os meus mandamentos, porque AMÉM! quer dizer, ASSIM SEJA, concordo com tudo que rezei.
VOCÊ: Senhor, obrigado por ensinar-me esta oração e agora obrigado por fazer-me entendê-la.
DEUS: Eu amo cada um dos meus filhos, amo mais ainda aqueles que querem sair do erro, aqueles que querem ser livres do pecado. Abençôo-te e fica com minha paz!
VOCÊ: Obrigado Senhor! Estou muito feliz em saber que és meu amigo.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Responsabilidade Social

Indignação é que estamos sentindo nesse momento, com tamanha tragédia que acontece no Rio de janeiro e em tantos outros locais por conta das chuvas. O fato é que milhares de pessoas morreram de uma forma banal, onde suas vidas foram ceifadas pela falta de compromisso político, pela corrupção,pelo descaso,pela desumanidade,pela falta de ética na gestão pública. É difícil compreender o porquê de não criarem projetos de prevenção, será que não percebem que o benefício social é apenas um paliativo ?A desestrutura psicológica, econômica e social que uma calamidade dessa causa na vida do cidadão é avassaladora,são famílias inteiras destruídas por conta da irresponsabilidade,da má administração.É a morte da dignidade,dos direitos sociais,do direito de viver.
Vale ressaltar que temos ter muito cuidado para que a indignação acabe nos purificando e nos aliviando,que nos faça esquecer e que no ano que vem em janeiro estejamos novamente reclamando,expondo um discurso alienado.

Lu Cerqueira

CHUVA NO RIO: imagens fortes do salvamento da mulher e seus cachorros

domingo, 9 de janeiro de 2011

meus amigos,meu amores...

Dilma          obrigada pela  amizade que você me devota,
por meus defeitos que muitas vezes nem nota...amiga a quem conto tudo...
Viviane Jatobá      obrigada por permitir que eu escute a mim e não aos outros..amiga com que quero estar perto....

Binha           obrigada pelos meus valores que você aumenta,
e por minha fé que você alimenta...amiga por qual faria qualquer coisa e com quem passei as maiores vergonhas.
Bel             obrigada pelo seu amor  que me fortalece nesse caminho... amiga que nunca vou esquecer.

Au                obrigada por esta paz que nós nos transmitimos,
por este pão de amor que repartimos...amigo ,irmão...

Andréa         obrigada pelo silêncio que diz quase tudo,
por este olhar que me reprova mudo... amiga que admiro..

Vanessa       obrigada por saber que posso sempre contar com você...amiga com quem me identifico...

Letícia        obrigada pela pureza dos seus sentimentos,
e pela presença em todos os momentos...amiga por quem recuaria no tempo...
Ione           obrigada por me mostrar que devo expressar por gestos e atitudes, o que realmente quero dizer e por acreditar que posso crescer. Amiga com quem passaria muito mais tempo...

Suely        obrigada por ser presente, mesmo quando ausente,
por ser feliz quando me vê contente...por me fazer chorar de tanto rir...amiga que valeu a pena conhecer....

Joana       obrigada por este olhar que diz:
"Amiga, vá em frente!" não tenha medo, estou aqui.... amiga com quem guardo os melhores momentos..

Nany            obrigada por ficar triste, quando estou tristonho,
por rir comigo quando estou risonho...amiga que me faz falta...
Michele      obrigada por fazer parte da minha vida
 e por ser essa pessoa tão querida..amiga que me deixa saudades...

Thalita      obrigada pelos momentos de alegria e pelas conversas com pizza que me deram calorias. Amiga que nunca vou esquecer...
Magaly      obrigada  por repreender-me, quando estou errado,
por meu segredo, sempre bem guardado...

Por seu segredo, que só eu conheço,
e por achar que apenas eu mereço...Amiga que já fez várias por mim...
Eralda      obrigada por me fazer rir ... Amiga que é sempre uma agradável surpresa
Agnes         obrigada por me apontar pra DEUS a todo o instante,
 e por esse amor fraterno tão constante...Amiga de infância, amiga que me dá o mundo...
Rennan      obrigada pela amizade que espero dure a eternidade... alma gêmea...
Dany           obrigada por permitir que faça parte da sua vida e por todo carinho que a mim dedica...Amiga que é como se fosse da família...
Graça          obrigada por existir, você é um presente em minha vida. Amiga que amo.
Camila       obrigada pelas palavras de carinho e apoio na net. Amiga que gostaria de conhecer melhor...
Natalia   obrigada pela alegria que me contagia a cada dia. Amiga com quem quero viajar muito.

Por tudo isso e muito mais eu digo:
Amo os meus amigos.

OBRIGADA SENHOR

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Paulo Coelho

Quando alguém encontra seu caminho, precisa ter coragem suficiente para dar passos errados. As decepções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada.

Cancer- Cordoma C40

O cordoma é um raro tumor ósseo que se origina nosacro, base do crânio e coluna vertebral. Apresenta dupla  diferenciação mesenquimal e epitelial. Cerca de 50% se localiza na região sacral e constitui a neoplasia primária mais comum dessa região (1,2). É cerca de duas vezes mais freqüente no sexo masculino e ocorre predominantemente na 5ª - 7ª décadas de vida, apresentando crescimento lento com baixo potencial de causar metástases à distância.

A queixa mais frequente é a dor na região lombar ou na nádega, no meu caso senti formigação,queimação e dor na região da nádega, inicialmente o médico ortopedista dentro do achismo na consulta,pensou ser ernia de disco,porém solicitou um exame ( ressonância magnética) onde foi constatado um tumor na região sacral de 9 cm. Vale ressaltar que caso apareça sinais de dores localizadas,procurar imediatamente um médico e verificar o motivo das dores,nada de medicação sem saber a causa,pois o remédio camufla a doença e agrava dessa forma o quadro da doença.

Portanto, galera de olho na saúde.

Amigaaa... abrigadaa por tudo!!

Vida e orte

Vida e morte


Veja bem que ironia...
...eu que sempre quis viver,
justo eu acabei  me perdendo diante da confusão dos meus atos.
Estou aqui agora em meio aos pensamentos,
procurando...procurando...estou procurando...algo que possa preencher o vazio e o temor,busco
as palavras exatas para que possa ser compreendida o quão difícil é começar a pensar na morte!
Eu não sei...
não faço a menor idéia...
palavra alguma me serve,
pois não aceito que querendo viver posso morrer,o engraçado é que muitos vivem querendo morrer e outros morrem querendo viver.
A solidão que muitas vezes bate a minha porta é como um refúgio para a minha alma,na busca desesperada por algo que me renove,que me traga a vida,pois hoje estou viva.
A vida tinha a cor da esperança e a cada amanhacer, desabrochava uma novo ser,com sonhos,com o desejo enlouquecedor de simplesmente viver a vida.
Em meio a confusão minha alma foi tomada pela luz divina e entendi o real mistério de viver,nada que possa ser dito nem escrito,só sentido.
Sinto que vivendo ou morrendo sou feliz, pois encontrei o que muitos passam a vida inteira procurando, fui de encontro a  DEUS.

Lu Cerqueira